domingo, 29 de março de 2009

O velho esporte... bretão? Não, mexicano

(Módulo 3 - Exercício 7)

A paixão pela bola escreveu histórias no continente americano que datam 2.500 anos antes da Era Cristã, decretando novos hábitos no Novo Mundo, segundo a ótica dos principais propagadores dos interesses da Igreja Católica: os colonizadores europeus.


Apesar de possuírem processos de gestão mais evoluídos do que diversas nações do Velho Mundo, as civilizações Inca, na Cordilheira dos Andes, e Maia, na Mesoamérica, região compreendida pelos atuais México, Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras e parte da Nicarágua, foram implacavelmente dizimadas pelos espanhóis.


Os maias, em especial, que praticavam sacrifícios humanos para obter a proteção de suas divindades, foram rotulados como “adoradores do demônio”. Pergaminhos e demais documentos escritos que perpetuavam a cultura daquele povo foram destruídos, na tentativa de evitar que esses rituais fossem transmitidos às futuras gerações. Restou apenas a linguagem dos baixo-relevos que adornavam templos e construções – o que motiva a duplicidade de interpretação por parte de pesquisadores, já que cada um tem a sua maneira de pensar.


Com base na interpretação desses desenhos contaremos a história do incrível “jogo de bola” – ou “de pelota”, como preferem os mexicanos. Mais do que um esporte era um ritual religioso, que oferecia à equipe derrotada a missão de degolar o capitão do time vencedor, introduzindo-o na galeria de heróis e dos contemplados com a vida que começava após a morte - na foto acima, a imagem de um jogador.


Ainda restam ruínas de, pelo menos, 1.400 estádios de jogo de bola espalhados pelo território mesoamericano. O principal deles, o de Chichén Itzá, na Península de Yucatán, no México, reunia 30 mil pessoas em suas arquibancadas, média de público nos clássicos do atual Campeonato Brasileiro de Futebol.


Um "estádio" de jogo-de-pelota, em Chichén Itzá

2 comentários:

  1. Cláudio Vieira traz a sua marca. Mergulha na história para explicar o que acontece hoje. Esse tipo de curiosidade atrai muito os leitores nos impressos. E pensar que apesar da tradição de 2.500 anos o México nunca venceu uma copa. Deve ser maldição asteca.

    ResponderExcluir
  2. Claudio, texto com marca de profissional. Você incorporou a pesquisa e transformou o post numa bela peça de leitura e informação histórica. Parabéns.
    Castilho

    ResponderExcluir